Acabei de ver o William Waac ler, no Jornal da Globo, a lista das pessoas, até agora identificadas, que morreram no acidente com o avião da Tam que derrapou na pista de Congonhas e chocou-se contra um galpão da companhia aérea no início da noite de hoje.
Dar a notícia do acidente já é horrível. Ter que ler os nomes dos mortos é pior ainda. Diante daqueles nomes e sobrenomes, eu imagino as famílias, filhos e filhas, mães e pais, namorados e namoradas, maridos e esposas daquelas pessoas mortas. É nessa hora que a coisa fica personificada, os nomes dão a dimensão exata da tragédia humana. Dane-se o prejuízo, a confusão num dos maiores aeroportos do país. Ouvindo o William Waac ler os nomes, dei graças a Deus por não estar no lugar dele.
Lugar esse que eu, muitas vezes, quis ocupar. Ideologias à parte, estar à frente de um importante telejornal de profundidade, transmitido para o mundo todo por uma das maiores emissoras de TV do mundo é coisa pracaramba, qualquer jornalista pensa e deseja isso, pelo menos uma vez na vida. Mas, hoje, como em muitas outras ocasiões em que notícias horríveis precisam ser passadas para o público, fiquei feliz por não trabalhar com o jornalismo diário das redações de TV, rádio ou meios impressos.
Ainda é cedo pra saber se há algum conhecido, ou amigo de amigo, entre os mortos. Sabendo ou não quem são, manifesto meus pêsames às famílias das vítimas.